O Ibovespa teve um desempenho positivo nesta quinta-feira, subindo 1,08% e fechando aos 133.009,78 pontos, com uma valorização de 1.423,33 pontos em relação ao pregão anterior. Mesmo com essa reação do mercado, setembro ainda registra um saldo negativo de 2,20%, faltando dois dias para o encerramento do mês.
No mercado de câmbio, o dólar comercial encerrou o dia em baixa de 0,59%, cotado a R$ 5,44. Já os contratos de juros futuros (DIs) apresentaram resultados mistos ao longo do pregão.
O clima de otimismo foi impulsionado, mais uma vez, por medidas de estímulo anunciadas pela China, um dos principais parceiros comerciais do Brasil. Além disso, a divulgação de indicadores robustos nos Estados Unidos reforçou a confiança dos investidores. Segundo dados divulgados hoje, o PIB americano cresceu 3,0% em termos anuais no segundo trimestre de 2025. Além disso, o número de pedidos de seguro-desemprego nos EUA diminuiu, indicando um mercado de trabalho ainda aquecido.
Esses dados vêm ao encontro das recentes declarações de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve. Ele afirmou que o corte de 0,50 ponto percentual nas taxas de juros realizado na semana passada foi uma medida estratégica, e não uma resposta de emergência, como alguns analistas especularam. Com isso, os investidores se mostraram mais confiantes e impulsionaram os principais índices de Wall Street, levando o S&P 500 a um novo recorde histórico.
Segundo Chris Larkin, diretor-gerente de negociação e investimentos do E-Trade do Morgan Stanley, a situação do mercado de trabalho americano não sugere problemas: “Se houvesse um desequilíbrio, isso já apareceria nos pedidos semanais de seguro-desemprego. Ainda assim, o relatório mensal de empregos (payroll) será fundamental para definir o rumo do mercado”, analisou em entrevista à CNBC.
Cenário econômico no Brasil
No âmbito nacional, os dados seguem positivos. O Índice de Preços ao Produtor (IPP) avançou 0,61% em agosto em relação a julho, desacelerando frente ao aumento de 1,53% registrado no mês anterior. Além disso, o Banco Central revisou para cima sua previsão de crescimento da economia brasileira para 2025, que passou de 2,3% para 3,2%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação divulgado hoje.
Apesar desse cenário mais otimista, o Banco Central destacou que a inflação acumulada em doze meses no Brasil deve continuar próxima do limite superior da meta nos próximos meses. Por isso, a expectativa do mercado é de novas elevações na taxa Selic nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), diferente da indicação anterior de manutenção dos juros.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, destacou em coletiva realizada em São Paulo que a autoridade monetária seguirá avaliando os próximos passos com base nos dados e não pretende indicar previamente qual será a trajetória dos juros. Ele foi enfático: “Não demos nenhum guidance, ou seja, as opções permanecem em aberto”. Campos Neto também ressaltou que a forte estiagem enfrentada atualmente no país tem impactado os preços dos alimentos, o que pode pressionar ainda mais a inflação e influenciar as próximas decisões sobre a Selic.